Podemos dividir o SEO em três dimensões para facilitar seu planejamento e execução. Dominar cada um deles requer dedicação.
Como faço para aparecer nos resultados orgânicos Google? É a pergunta que não quer calar, feita por aqueles que desejam melhorar sua presença digital no buscador. Para responder essa questão, precisamos entender o que é SEO (Search Engine Optimization).
Logo, o senso comum dita que a maioria dos consumidores realiza algum tipo de pesquisa quando interessado em algum produto ou serviço.
Se no inbound marketing conteúdo é rei, o SEO é um de seus duques.
Quando alguém quer fazer SEO, está na verdade querendo obter o alcance concentrado nos mecanismos de buscas, também chamados de SERPs (Search Engine Results Page).
Estes, por sua vez, nada mais são do que sites especializados no rastreamento, indexação e ranqueamento de páginas publicadas na web. Cada um com seus critérios a respeito do que exibir em seus resultados.
Contudo, uma coisa é certa, todos são programados para ofertar relevância ao usuário e isto é o princípio fundamental do SEO.
Rastreamento, indexação e ranqueamento
As SERP’s tem um ciclo continuo para ofertar conteúdos de maior relevância para os seus usuários. Ele passa por três etapas e é entendendo bem o funcionamento de cada uma delas que se pode dominar o SEO.
- Rastreamento ou Crawling: É o processo permanente que a SERP faz para identificar as novas URLs ou atualiza-las para, assim, indexá-las. O primeiro passo é verificar se há problemas de rastreamento no site, como de DNS, servidor, robots.txt, 404 e outros. Esses aspectos podem ser avaliados no Google Search Console ou Bing Webmaster Tools. Caso as páginas não sejam rastreadas, os esforços de ranqueamento não serão efetivos.
- Indexação ou indexing: É a catalogação das páginas, organizando os conteúdos para formar um índice de URLs no buscador. No próprio Google Search Console ou Bing Webmaster Tools, é possível notificar a ferramenta que você adicionou uma nova página ou fez uma atualização. Em geral, os bots podem demorar semanas para fazer o rastreamento de uma página, mas com essa opção é possível minimizar os erros do processo.
- Ranqueamento ou Ranking: É a ordenação dos conteúdos indexados feita a cada busca do usuário para entregar os resultados de acordo com a pesquisa.
Dentre as SERPs, Google, Bing e Yahoo são respectivamente os que mais concentram alcance na atualidade. Logo, de modo geral é mais prático fazer SEO segundo os seus critérios.
Afinal, é necessário formatar o seu site e conteúdo para os três buscadores acima?
Depende, pois dentre os três citados, o Google concentra mais de 80% das buscas. Assim sendo, é de bom senso seguir os parâmetros dele. Claro que isso também vem acompanhado de concorrência, mas o volume gritante de buscas é compensatório.
Por isso, falaremos de orientações gerais de SEO para o Google.
Um ponto importante para entender é que o algoritmo que determina os resultados de busca passou por muitas atualizações ao longo desses anos, sempre com a intenção de oferecer a melhor experiência para o usuário.
Cronologia das principais atualizações do Google e as mudanças impactadas
- Florida (2003) – Primeira grande atualização do Google, com o objetivo de filtrar práticas inadequadas que utilizavam para ter um bom posicionamento.
- Panda (2011) – Responsável por punir sites de baixa qualidade, com conteúdos duplicados e sites com muitos anúncios para conteúdo.
- Penguin (2012) – Responsável por identificar excesso de otimizações no conteúdo, como keyword stuffing e práticas manipuladoras de links building.
- Hummingbird Update (2013) – Revisão completa do Google que passou a considerar a pesquisa semântica com a utilização de sinônimos, contextos dos termos buscados, localização do usuário e preferências de busca.
- HTTPS/ SSL Update (2014) – O Google anunciou que os Certificado SSL (certificado de segurança) seriam considerados como um fator de ranqueamento, incentivando a migração dos sites para HTTPS para tornar a internet mais segura.
- Mobilegeddon (2015) – Essa atualização priorizou pesquisas realizadas a partir de dispositivos móveis. Os sites que não se adaptam a versão mobile pode o seu ranqueamento prejudicado na internet.
- RankBrain (2015) – O machine learning (aprendizado de máquina) e inteligência artificial foi incorporado ao algoritmo do Google para ajudar na interpretação e apresentação dos resultados.
- Fred (2017) – Atualização lançada para identificar sites com conteúdo de baixa qualidade e excesso de propagandas nas páginas.
- Medic Core Update (2018) – Essa atualização do algoritmo afetou de forma significativa o ranqueamento dos sites do nicho de saúde e finanças no mundo todo.
- Bert (2019) – O algoritmo passou entender melhor a intenção de busca das pessoas e ajuda o Google a interpretar melhor as pesquisas de linguagem natural e a compreender o contexto, gírias, sinônimos e erros ortográficos.
- May 2020 Core Update – Atualização direcionada para todos os sites, porém alguns setores sofreram impactos maiores como os da saúde, buscas locais e páginas com conteúdos mais curtos. O objetivo dessa atualização foi preservar a qualidade do conteúdo.
Essa cronologia serve para perceber que SEO não é uma ciência fixa, mas uma tendência da nossa época norteada pelas SERP’s.
Já foi muito focado no domínio, mas hoje é direcionado para as páginas individualmente e fica fácil de entender quando dividimos em três pilares que agrupam uma diversidade de processos.
Os três pilares do SEO
Para que você possa entender melhor e aplica-lo no processo de otimização de sites, é importante mostrar as diferentes dimensões do SEO.
O trabalho de SEO é desenvolvido em três etapas distintas, cada uma sendo responsável por um dos aspectos do processo de otimização de sites para ferramentas de busca:
- SEO Estrutural – Técnicas aplicadas à estrutura de um site, envolve o CMS, provedor de hospedagem e servidores;
- SEO On Page – Técnicas aplicadas individualmente a cada uma das páginas do site;
- SEO Off Page – Estratégias de SEO que visam gerar backlinks para as páginas do site.
SEO Estrutural
O SEO Estrutural é a primeira etapa do processo de otimização e fundamental para o desenvolvimento. Podemos dizer que é a base para todo o processo.
As técnicas de SEO Estrutural são aplicadas nos diversos elementos que compõem um site, como suas seções, páginas e outros elementos técnicos que fazem parte do site como um todo.
Vejamos então, quais são os principais pontos do processo de SEO Estrutural que você deve prestar atenção.
- Provedor de hospedagem – O Google simplesmente odeia sites lentos, com tempo de resposta longo para carregamento de páginas. Por isso, escolha sempre um provedor de hospedagem de ótimo desempenho.
- Plataforma do site – O CMS que você utiliza para criação do seu site, como o WordPress, por exemplo, tem um papel importantíssimo. Boas práticas de programação e técnicas de otimização e velocidade de sites são alguns pontos que devem ser observados.
- Estrutura do site – Hierarquize de forma correta as diversas seções do site através de links, dentro de uma lógica em termos de navegação e também no que diz à semântica das palavras-chaves.
- Recursos técnicos acessórios – Em SEO temos alguns recursos técnicos que são importantes para que você consiga boas posições Itens como Robots.TXT, mapa do site em XML e outros recursos são essenciais para ser bem posicionado nas SERPs.
- Integração com ferramentas do Google – Além das questões do site em si, é na etapa de SEO de estrutura que fazemos a integração com ferramentas externas para análise e diagnóstico como o Google Search Console, o Google Analytics.
Ferramentas indicadas
- Google Search Console – Fundamental para correta indexação das URL’s.
- Google Analytics – Importante para análise comportamental no site.
- Google Meu Negócio – Ajuda o Google qualificar o site nos resultados geográficos quando há relevância como um negócio local.
- Yoast SEO – Plugin do WordPress que pode ser usado para gerar sitemaps.
SEO On Page
O SEO Onpage é uma das etapas mais importantes do processo de otimização de sites para ferramentas de busca, pois o Google está cada vez mais focado no conteúdo publicado nas páginas individuais do site.
Trata-se de uma série de técnicas que são aplicadas aos diversos elementos que compõem a página de um site, como os marcadores técnicos de SEO, o texto em si, a formatação deste texto, imagens, links e outros elementos.
Vamos ver então quais são os principais fatores que você deve levar em consideração na hora de fazer a otimização da sua página.
- URL amigável – Este é um dos primeiros parâmetros com que você deve se preocupar, inserindo na URL da sua página, a palavra-chave para a qual você deseja se destacar nas buscas.
- Meta Tag Title – A Meta Tag Title será o título do seu snippet na página de respostas do Google, e precisa ser ao mesmo tempo instigante, para gerar cliques e conter a sua palavra-chave em foco.
- Meta Tag Description – A Meta Tag Description é a descrição do seu site que será listada nas páginas de respostas do Google e necessariamente deve conter a sua palavra-chave em foco.
- Tag Line – Podemos chamar a tag line de título da sua página. Também neste caso, precisa ser instigante, para estimular a leitura do conteúdo e conter a sua palavra-chave, com a tag de heading H1, para marcar o conteúdo que você irá abordar em sua página.
- Títulos e sub títulos – O Google interpreta um texto bem organizado como fator de usabilidade e por isso, crie títulos e sub títulos, usando as tags H2 e H3 para identificar estas divisões.
- Tags de ênfase – As tags de ênfase de textos, como negrito, itálico e sublinhado, também são interpretadas como indicadores de palavras-chave, por isso sempre coloque a sua palavra-chave em foco, ao menos uma vez com estas marcações.
- Listas – Outro elemento de texto que o Google encara como sinal de um bom conteúdo são as listas, como as feitas com bullets ou números. Por isso, tente sempre incluí-las em seu conteúdo.
- Tamanho do texto – Este é um fator de otimização on page que o Google vem prestando muita atenção nos últimos tempos. O tamanho mínimo do texto deve ser de 600 palavras, considerando-se o ideal, textos com mais de 1.200 palavras.
- Densidade da palavra-chave – A palavra-chave deve ser relevante em seu texto. Por isso, é calculado o percentual que ela representa no conteúdo. Este valor deve ficar no máximo entre 2% e 3% para não ser considerado Keyword Stuffing e penalizar o seu site.
- Imagens – Um outro fator de SEO on page importante são as imagens, pois o Google considera um texto com imagens, um conteúdo rico. O ideal é ter ao menos uma imagem no texto e o nome do arquivo deve conter a sua palavra-chave.
- Tag Alt – Na imagem, existe uma marcação, que chamamos de tag Alt da imagem, que é usada para auxiliar a identificar a imagem em sistemas de leitura de conteúdo para pessoas com deficiência visual. Sempre insira a sua palavra-chave nesta tag.
- Links internos – Outra boa prática de SEO on page é criar links internos em sua página, apontando para outras páginas relacionadas do seu site. É considerado um fator essencial por isso não deixe faltar.
- Links externos – Este é outro fator de otimização on page que não deve faltar. O Google gosta quando um determinado conteúdo faz menções externas, indicando páginas que complementem o conteúdo apresentado.
- Rich Snippets – Se o seu conteúdo está sujeito a ser listado como Rich Snippet, resultados exibidos com recursos especiais nas páginas de respostas do Google, estes parâmetros específicos também devem ser configurados na página.
- Vídeos – Sempre que possível, tente inserir um vídeo em seu conteúdo. É certo que isso nem sempre é possível, mas se houver uma chance para isso, certamente ajudará no seu posicionamento.
Cada um destes parâmetros possui regras próprias e técnicas de aplicação, por isso é importante que o trabalho de otimização seja feito de forma criteriosa, de forma a fazer com que o conteúdo como um todo seja relevante para os buscadores.
Ferramentas indicadas
- SemRush – Pesquisa de palavras-chave e analise competitiva de concorrentes.
- Google Ads Keyword Planner – Como o próprio nome diz, essa ferramenta é acessível dentro do Google Ads e permite fazer o planejamento de pesquisa paga. Porém, quando integrada ao Google Search Console, também agrega dados de pesquisa orgânica.
- Yoast SEO – Essa ferramenta analisa o conteúdo enquanto ele é desenvolvido em tempo real. Desde links a densidade de palavras-chave.
SEO Off Page
A estratégia de SEO Off Page consiste na criação de links, com origem em sites de alta relevância e elevada Autoridade de Domínio, que tenham como tema central de seu conteúdo um assunto altamente relacionado ao abordado no seu site.
Vamos ver então como fazer SEO Off Page em seu site, quais são as principais questões técnicas envolvidas e estratégias a serem adotadas neste caso.
- Crie uma estratégia de SEO Off Page – Como qualquer outra etapa de SEO, é necessário que você faça um planejamento inicial do seu processo de Link Building, como também é chamada esta estratégia de construção de links para o seu site.
- Contextualização – Ao buscarmos sites para a geração de links, é necessário que estes links sejam contextualizados, ou seja, eles devem fazer parte do campo semântico e temática do site de destino.
- Sites relevantes – Além de buscar esta contextualização, você precisa também focar a sua busca em sites que sejam considerados relevantes. O importante não é a quantidade de links que o seu site recebe, mas sim, a qualidade destes links.
- Diversidade de domínios – Outro fator importante para o trabalho de SEO Off Page é a diversidade de domínios. De nada adianta você criar centenas de links, vindos de um único site, pois não terá o impacto desejado em termos de relevância.
- Texto âncora – Chamamos de texto âncora, o texto sobre o qual é criado um link. É importante que este texto seja composto pela palavra-chave em foco da página para a qual ele remete o usuário.
Ferramentas indicadas
- SEMRush – Analise e auditoria de backlinks. Também permite descobrir domínios relevantes para a construção de link bulding.
- Majestic – Ferramenta especializada em SEO Off Page com ferramentas de análise em massa.
- Google Analitcs – Permite analisar a origem do tráfego e os links que levam até o site.
- Google Search Console – Também permite descobrir links externos que apontam para o site.
Então, fazer SEO é fácil?
Depende, o conteúdo deste artigo mostrou só a pontinha do iceberg do que é fazer SEO, pois atualmente a maioria dos nichos de mercado está bem saturada de conteúdo e cada um dos três pilares requer bastante proficiência para ter algum destaque efetivo.
Quem acompanha essa tarefa há um certo tempo também sabe que páginas bem posicionadas podem ser derrubadas por sabotagem externa ou até mesmo pela atualização das SERP’s.
Logo, é fácil concluir que para atingir eficácia com SEO envolve bastante trabalho e dedicação. Ninguém vai dar saltos da noite para o dia apenas publicando um post no WordPress.